Por Julie Ana Speedy
No último mês de abril fiz pela
primeira vez na vida um cruzeiro! Acho que como algumas outras pessoas, sempre
tive aquela visão que cruzeiro era uma viagem chata, corrida, sem graça e só
para “velhinhos”. Mas o tempo (e a experiência) provou que eu estava
completamente enganada!
A decisão de fazer o cruzeiro foi
baseada em vários motivos... Primeiro, li em uma revista de viagens (sou fã
dessas revistas...) uma reportagem sobre cruzeiros e achei interessante, fui
mudando o meu ponto de vista...
Depois, vi num site de promoções
de passagens aéreas uma oferta para Cartagena, na Colômbia (R$700,00 ida e
volta por pessoa, do Rio), cidade que eu e o meu marido tínhamos vontade de
conhecer. Como o cruzeiro que eu tinha visto na reportagem saía dessa cidade e
estava com um ótimo preço... Pronto! Fechamos a viagem!
COMO RESERVAR
A reserva do cruzeiro pode ser
feita pelo próprio site da companhia, site de viagens (tipo decolar.com, etc.)
ou agências de viagem.
No meu caso, primeiro tinha
pensado em fazer pelo site da própria companhia (Pullmantur). Mas, como adoro
pesquisar, procurei em outros sites e agências de viagem para comparar os
preços. Não foi muito fácil encontrar o roteiro que a gente queria, mas acabei
achando e fazendo a reserva pelo site da Logitravel,
que era o preço mais em conta.
No início fiquei até com medo,
nunca tinha feito reserva de viagem por intermediários, nem mesmo agência, e
também tinha lido várias críticas negativas ao site. Mas no final deu tudo
certo.
ESCOLHENDO A CABINE
Todos os navios oferecem várias
opções de acomodação, na maioria dos casos cabine interna (sem janelas), cabine
externa (com janelas) e cabine com varanda ou algo mais luxuoso. A escolha
depende basicamente de quanto se está disposto a pagar...
Pessoalmente, não fiz muita
questão de cabine externa, até porque, na maioria dos casos, é só mais pra
constar mesmo, porque elas são muuuuuito pequenas. Tão pequenas que acho que
não vale a pena pagar a mais por uma.
Para quem realmente faz questão
de janelas ou é super claustrofóbico, a melhor opção mesmo são as cabines com
varandinha, ou externa superior, que costumam ter janelas maiores.
Outro ponto para levar em
consideração na escolha da cabine é olhar o layout (planta) do navio. Bom pra
tentar “fugir” das cabines lá no final do corredor, ou daquelas muito próximas
de áreas comuns, onde o movimento de pessoas e o barulho são maiores.
DOCUMENTAÇÃO
Para cruzeiros nacionais, só o
RG. Para cruzeiros internacionais, passaporte
com validade mínima de 6 meses, visto
(caso necessário) e o voucher
da reserva. O voucher é importantíssimo, sem ele não é autorizada a
entrada no porto!
Além disso, é importante
verificar documentos para alguns
casos mais específicos. No meu caso, que estava gestante, tive que
levar só por precaução um atestado médico autorizando a viagem. Isso porque as
companhias só aceitam o embarque de gestantes até as 24 semanas de gestação, já
que os navios não contam com atendimento a um possível parto de emergência!
Não chegaram a me pedir o
atestado (estava de 16 semanas e a barriga quase não aparecia!), mas vi outra
gestante embarcando (com a barriguinha bem maior) que teve que mostrar o
atestado médico...
Gestante no cruzeiro |
EMBARCANDO
Leve toda a documentação
necessária para o embarque. Como disse antes, é importante não esquecer o voucher da compra pra acessar o porto!
Programe-se para chegar entre 2 a 5 horas antes do
horário previsto para a saída do navio. Quem chega muito em cima da
hora, com menos de 2 horas de antecedência, corre o risco de não conseguir
embarcar (navio não espera por ninguém!). Porém chegar muito antes também é
ruim... Caso o check-in ainda não esteja aberto, além da confusão das pessoas
que estão desembarcando, ainda tem o tempo de espera...
Tenho que confessar que cheguei
super cedo, bem antes do horário previsto do navio sair. A saída estava marcada para
22hs e chegamos antes das 15hs (erro de marinheiro de primeira viagem!).
Conclusão? Tivemos que esperar quase duas horas em pé na fila até o check-in
abrir...
Após nos apresentarmos no
check-in, a companhia nos disponibilizou umas etiquetas pra gente preencher e
identificar as malas a serem despachadas, além de um documento para autorização
do débito das despesas no navio (explico mais logo abaixo).
A partir daí, o processo segue o
fluxo “normal”, como de um aeroporto. Despachamos as malas (já etiquetadas),
passamos pelo raio-x, depois pela imigração para carimbar o passaporte, e...
Embarcamos!
Ah, as malas despachadas são
deixadas na porta da cabine cerca de 1 hora depois do navio deixar o porto.
Portanto, é importante não se esquecer de levar uma muda de roupa na bagagem de
mão.
COMO FUNCIONA O PAGAMENTO A BORDO
Ok, a maioria dos navios funciona
com sistema all-inclusive (ou seja, comidas e bebidas liberadas!). Mas a gente
sempre acaba gastando com alguma coisa a bordo. Sejam excursões, compras na
loja duty-free do navio, jogos no
cassino... E aí, como funciona o pagamento?
Como mencionei anteriormente, no
momento do check-in os passageiros preenchem uma autorização para “abertura de
conta para despesas”. Nessa hora, escolhe-se qual a forma de pagamento: dinheiro ou cartão de crédito.
Para dinheiro, na hora do embarque, o passageiro tem que fazer um depósito de
US$200,00 para cobrir as despesas. Para cartão de crédito, o passageiro deve
fornecer os dados do cartão e também fazer um “depósito caução” (no cartão) de
US$200,00.
O passageiro então recebe um cartão de identificação do navio,
que é utilizado para as compras a bordo, serve como chave da porta da cabine e
é o documento necessário para embarque e desembarque nas paradas.
No navio, cada compra é “realizada” com a apresentação do cartão e a
assinatura do passageiro. Na noite anterior ao desembarque, a conta do
passageiro é fechada e deixada debaixo da porta do quarto durante a madrugada
para conferência. Quem optou pelo cartão de crédito, não tem nada a fazer. O
valor da conta é debitado automaticamente do cartão, e o caução é cancelado. Os
que optaram por pagamento em dinheiro tem que ir à recepção para fechar a
conta, receber troco ou quitar saldo.
Optamos por pagamento em cartão
de crédito e achei bem tranquilo, sem burocracia e a conta veio certinha.
ENTRETENIMENTO A
BORDO
Quem acha que navio é monótono está totalmente enganado! São
tantas, mas tantas opções de
entretenimento! Adorei as opções do navio da Pullmantur (e olha que a
empresa nem é considerada a melhor nesse
quesito...).
Tinham várias atividades gratuitas: piscina – adulto e
infantil, hidromassagem, vários bares, shows à noite, academia, boate, além de
noites temáticas (tropical com festa na piscina, jantar de gala com o
comandante, festa do pirata, etc.).
Também tinham atividades pagas a parte: cassino, duty free
shop, spa e salão de beleza.
Entretenimento no navio: piscina e show |
ALIMENTAÇÃO
Os cruzeiros da Pullmantur são
conhecidos por ser totalmente all inclusive (comidas e
bebidas, até as alcoólicas liberadas. Muitas opções!). Mas a maioria dos
cruzeiros somente inclui alimentação, a bebida é paga a parte. Conversamos com
um casal que tinha feito anteriormente um cruzeiro da Royal Caribbean, e eles
comentaram que pagaram US$300 por pessoa pelo pacote que incluía todas as
bebidas.
Mas enfim, é muita variedade de
comidas e bebidas (apesar de ter achado o almoço e café da manhã meio
repetitivo, mas tem opções pra todos os gostos)! A qualidade também é ótima!
O almoço, café da manhã e lanche
da tarde são buffet. Já o jantar é mais “chic”, em restaurante a la carte, com
várias opções. Mas ainda tem a opção de pizza durante a noite, no restaurante
do buffet.
A única parte “ruim” dessa
comilança toda é tomar cuidado para não engordar (muito), porque tem comida
praticamente o tempo todo no navio, somente entre 1h e 6h da manhã que não tem
nada... A gente come muuuuuuito!!!
COMO FUNCIONAM AS PARADAS
Uma das minhas maiores
preocupações durante o cruzeiro eram as paradas! Fiquei com medo de ser muito
demorado pra sair e acabar perdendo um tempo precioso nos lugares. Mas muito
pelo contrário! Foi tudo super bem
organizado!
Sempre cerca de uns 5 – 10
minutos depois do navio atracar, era anunciado no sistema de som que o
desembarque dos passageiros estava autorizado... Aí a gente ia direto lá pra
baixo e saía, sem filas, confusão ou problema nenhum! Ah, e nas paradas só precisávamos do cartão do
cruzeiro, não precisava do passaporte porque não tinha que passar por
imigração.
Em duas paradas – Aruba e Curaçao
– não fizemos nenhuma excursão, saímos por conta própria. Os portos ficavam bem
no centrinho histórico das capitais (Willemstad e Oranjestad), a uns 5 minutos
de caminhada, e as praias estavam a uma curta distância de ônibus/táxi (mais
detalhes nos próximos posts).
Já no Panamá resolvemos fazer a
excursão do navio, pois valia a pena financeiramente. O porto fica na cidade de
Colón, e queríamos visitar o Canal do Panamá, logo ao lado, mas também fazer
compras na Cidade do Panamá, que é bem longe do porto – a mais de 1 hora. A
excursão foi bem organizada, grupos pequenos e pontual. Mas levamos uns 15-20
minutos pra sair do navio com os grupos de excursão. E quem não estava em
excursões e queria sair do navio teve que aguardar um pouco nessa hora.
Em La Guaíra (Venezuela)
decidimos não descer do navio. Desembarcar ou não nas paradas é uma
escolha do passageiro. E fazer ou não as excursões também!
FINALIZANDO O CRUZEIRO
Vendo o navio atracado, no porto de Aruba |
No Porto de La Guaira (Venezuela) - não desembarcamos |
Para fazer o “check-out” do
cruzeiro é só encerrar a conta, conforme expliquei acima, etiquetar as malas a
serem despachadas e deixar na porta da cabine na noite anterior ao desembarque.
As etiquetas são disponibilizadas
aos passageiros na noite anterior ao desembarque, e são divididas por cores. O
desembarque é feito seguindo a cor que foi dada aos passageiros (cada andar do
navio recebe uma cor diferente).
Ah, novamente, tem que lembrar de
deixar uma muda de roupa na bagagem de mão!
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